Última atualização em 6 de setembro de 2021 por
A abertura de empresas focadas em produtos usados alavancou no Brasil mesmo em meio à crise da pandemia.
É o que aponta o estudo realizado pelo Sebrae, com base nos dados da Receita Federal, que compara a diferença entre os primeiros semestres de 2020 e 2021.
Nesse sentido, a entidade identificou uma elevação no comércio de produtos usados de quase 50%, assim como as possíveis causas do crescimento…
Abertura de Comércio de Produtos Usados Cresce 48% no 1º Semestre de 2021
Em números, 2.104 novas empresas de produtos usados foram abertas no 1º semestre. Dentre quais 1.875 são microempreendedores individuais (MEI) e 229 são empresas de pequeno porte…
Ainda de acordo com o relatório, nos seis primeiros meses do ano passado foram apenas 1.298 MEI e 118 pequenas empresas. Na prática, o crescimento identificado nesta pesquisa é o maior em seis anos.
Além disso, o estudo destaca as categorias do comércio de itens de segunda mão que estão em evidência:
- Comércio varejista de moedas e selos de coleção;
- Eletrodomésticos;
- Livros e revistas;
- Material de demolição;
- Móveis;
- Roupas e calçados;
- Utensílios domésticos.
O estudo desenvolvido pelo Sebrae com dados da Receita Federal mostra que dois fatores podem ter influenciado na alta do comércio de itens usados:
- Controle financeiro por parte das famílias devido à pandemia;
- Preocupação com a preservação do meio ambiente.
De forma geral, o Sebrae considera o aumento de empreendimentos de produtos usados uma tendência não só no Brasil, mas em outros países também…
Venda de Produtos Usados Segue em Constante Ascensão
Uma pesquisa elaborada pela varejista americana de roupas usadas ThredUP reconhece que o segmento deve lucrar ainda mais nos próximos anos…
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A plataforma mostra que o faturamento da venda de produtos de segunda mão dobrou desde 2019 e a expectativa é que a lucratividade triplique até 2025:
Outro destaque do estudo da ThredUp são os investimentos por parte das maiores varejistas do segmento de vestuário para se manter em alta…
Diante desse cenário, muitas companhias estão apostando em parcerias:
- 60% buscam união com empresas especializadas em logística para alcançar novos mercados;
- 28% das varejistas almejam criar a própria operação logística.
Assim, em meio a todo esse contexto, no Brasil, dá para perceber que as apostas das empresas são similares às que foram identificadas na pesquisa da ThredUp…
Em julho, a Renner comprou a startup de roupa usadas Repassa e a Arezzo&Co contou com os serviços logísticos do Mercado Livre ao comprar a MyShoes. Além disso, o Enjoei fechou parcerias com grandes marcas para ampliar o sortimento de produtos…
E em relação à conscientização ambiental afirmada pelo Sebrae, vale lembrar que a varejista de moda online Dafiti criou uma loja completamente sustentável para atender um público-alvo alternativo.
Ou seja, o fato das varejistas de setor de moda, sejam físicas ou digitais, em território nacional ou no exterior, estarem investindo na venda de produtos usados sustenta a tese de que esse comércio está em alta.
A recomendação do Sebrae é que os empreendedores brasileiros estudem seus nichos de mercado com mais precisão e, principalmente, estabeleçam presença no mundo digital.
Isto é, ao investir no Ecommerce de itens de segunda mão, também conhecido como Recommerce, os empresários podem tirar vantagem de diversos benefícios como alto alcance de clientes e maior recorrência de compras dos produtos. Fora a da alta exponencial das vendas online no Brasil, identificada no relatório Webshoppers 44.