O Banco Central tem investido em medidas de segurança para diminuir as fraudes PIX, como o limite de R$ 1 mil para operações à noite, por exemplo. Entretanto, criminosos têm utilizado cada vez mais a criatividade na hora de aplicar golpes online…
A nova fraude PIX tem como alvo pequenas e médias empresas e é conhecida como “golpe do falso fornecedor”. A prática foi descoberta pelo AllowMe, empresa especializada em proteção de identidades digitais e prevenção a fraudes cibernéticas.
Segundo a empresa, o golpe começou a ser mais recorrente nas últimas semanas e cada tentativa bem sucedida pode causar danos entre R$ 10 e R$ 10 mil às companhias. Entenda em mais detalhes a seguir…
Na nova Fraude PIX, os criminosos criam contas de pessoas jurídicas em bancos digitais com nomes de falsas empresas. Basicamente, as identificações utilizadas são similares as das empresas reais, mas com letras trocadas ou dobradas, com o intuito de confundir as vítimas.
Em seguida, os golpistas entram em contato com os empreendedores se passando por fornecedores da empresa que estão fingindo representar. Assim, eles informam que houve uma alteração nos processos de pagamentos via PIX e solicitam uma transferência de confirmação ou de teste para cadastro. Quando a vítima realiza a transferência, o golpe é consumado.
Vale lembrar que não é necessário realizar nenhuma transferência para ativar, confirmar ou testar um cadastro. Aliás, a partir do momento em que uma chave PIX é criada, já é possível realizar transferências para pessoas físicas ou jurídicas.
Segundo Ranier Aquino, analista de segurança da informação do AllowMe, o foco dessa Fraude PIX são empresas com processos menos rígidos de pagamento de fornecedores e com menos camadas de aprovação do que outras companhias…
Além disso, Ranier afirma que, para que golpe seja feito, é necessário falta de atenção por parte das pessoas encarregadas de realizarem as transferências financeiras da empresa…
Isso porque, no momento de realização da transferência, é exibido uma tela de confirmação com nome, o CNPJ e o banco da companhia destinatária. Nesse sentido, o analista alerta sobre práticas para evitar ser vítima da fraude PIX…
Existem duas etapas para detectar e evitar a fraude PIX. A primeira delas envolve os bancos digitais, as fintechs ou as empresas de pagamento nos quais os criminosos criam as contas empresariais para receberem as transferências.
Ranier Aquino explica que os golpistas podem criar contas corporativas à vontade, visto que o processo está cada vez mais fácil. Também não é ilegal abrir um MEI, o que favorece esses criminosos:
“Há algumas características que podem ajudar a barrar esta abertura em massa, como por exemplo olhar para os dispositivos utilizados pelos estelionatários: certamente haveria um comportamento suspeito de várias contas serem abertas a partir de um número limitado de aparelhos, ou em um determinado raio de localização“, aponta Ranier
A segunda prática para prevenir a fraude PIX é estar atento às empresas que recebem a investida dos fraudadores…
O especialista da AllowMe sugere que os empreendedores entrem em contato com os fornecedores em números e e-mails seguros, verifiquem os dados do destinatário do PIX e não confiem em contatos desconhecidos, por mais que se passem por fornecedores.
Além disso, é importante não informar dados pessoais e comerciais para desconhecidos e ter em mente que os fornecedores nunca realizam alterações de dados bancários ou de recebimento por telefone, sem formalização.
Nesse sentido, o Banco Central vem investindo em medidas para diminuir a quantidade de golpes no sistema de pagamento instantâneo…
Caso você ainda não saiba, atualmente o PIX representa a maioria das transações bancárias realizadas no Brasil e, paralelo a isso, cresce o número de fraudes através do meio de pagamento. Entretanto, o Banco Central tem providenciado ações para a diminuição desses golpes…
O bloqueio cautelar é uma delas. A iniciativa permite que o banco responsável pela conta do usuário possa bloquear de forma preventiva os recursos por até 72 horas em situações suspeitas de fraude.
Outra ação interessante é a obrigatoriedade da notificação de infração. Isto é, um mecanismo que tem a finalidade de permitir que os bancos registrem uma marcação na chave PIX, no CPF/CNPJ do usuário e no número da conta quando existir uma suspeita de fraude…
Além disso, haverá uma ampliação do uso de informações para fins de prevenção à fraude. A partir dessa nova funcionalidade, será permitido a consulta de informações ligadas às chaves PIX. Assim, as informações de notificação de fraudes ficam disponíveis para todos os participantes do sistema de pagamento instantâneo.
E mais…
Serão adotados mecanismos adicionais para a proteção de dados. Ou seja, será obrigatório que os mecanismos adotados pelas instituições sejam, no mínimo, iguais aos mecanismos implementados pelo Banco Central.
Assim, diante de todas essas iniciativas, fica nítido que o BC não está poupando investimento em estratégias para a diminuição das fraudes PIX. Algo extremamente necessário… Principalmente em meio a forte popularidade do meio de pagamento hoje entre consumidores e empresas.
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