Última atualização em 13 de dezembro de 2021 por Ana Júlia Parreira
O Q-commerce já faz parte da gestão logística das grandes varejistas que atuam no mercado hoje. O crescimento disparado do Ecommerce nos últimos meses e as mudanças nos hábitos dos consumidores foram cruciais para o fortalecimento desse modelo de entrega.
Isso é o que mostra relatório realizado pela empresa de análise de dados GlobalData. De acordo com a pesquisa, a ascensão do Q-commerce é decorrente da mudança no comportamento do consumidor desde o começo da pandemia e do aumento das expectativas dos clientes por entregas ultra rápidas.
Além disso, a pesquisa também mostrou que os compradores estão dispostos a pagar um preço maior pelo serviço. Dessa forma, a meta das varejistas não é mais realizar entregas em poucos dias, mas sim em poucas horas. É nesse contexto que surge o Q-commerce…
O que é Q-commerce?
O Q-commerce, ou quick commerce (comércio eletrônico rápido, em português), tem como principal característica a velocidade das entregas, que são realizadas em poucas horas ou até mesmo em minutos. Ou seja, a ideia básica do Q-commerce é a evolução do Ecommerce, com a velocidade da logística sendo o principal diferencial na visão do cliente.
Na prática, o Q-commerce combina as vantagens do varejo físico com as inovações da entrega última milha (last mile). Isto é, a etapa final do processo de logística, quando a mercadoria é transportada do centro de distribuição ou da loja física até o endereço do destinatário.
Com isso, o Q-commerce é eficiente para acelerar ainda mais o uso da tecnologia na hora de comprar e vender online. Ou seja, algo que atinge diretamente tanto cliente quanto empresas…
Assim, os consumidores vão esperar cada vez mais facilidade nas compras e que os itens sejam entregues com rapidez. Enquanto as empresas vão notar que disponibilizar entregas ultra rápidas será uma necessidade para ter destaque no mercado, e não apenas um benefício para os clientes.
Compras Feitas no Q-commerce São Geralmente em Pequenas Quantidades
É interessante mencionar que, geralmente, as compras realizadas através do Q-commerce tendem a ser em pequenas quantidades, mas o mais importante é a instantaneidade dos envios, com as mercadorias chegando no momento e no local que o cliente deseja.
Na prática, os consumidores compram menos produtos, mas com uma maior frequência de compra, como itens de supermercados, conveniência, bebidas ou medicamentos…
No Brasil, a popularização do Q-commerce já pode ser notada por algumas varejistas, a Americanas S.A é um exemplo. A empresa não poupa recursos para reforçar entregas ultra rápidas.
A Americanas possui objetivos focados em aprimorar o serviço delivery e promete entregar itens, como bebidas e alimentos, em menos de uma hora. Para reforçar isso, em abril deste ano a companhia adquiriu a startup Shipp, empresa especializada em entregas de alimentos e produtos de conveniência em minutos.
Além disso, a varejista não abre mão de realizar investimentos nesse sentido. No 1º semestre deste ano, a empresa inaugurou 2 novos centros de distribuição na região Sudeste, um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. Já em outubro, foi a vez de Curitiba, no Paraná, que também ganhou um novo espaço logístico.
Outra companhia que procura crescer no que diz respeito ao Q-commerce é o Magazine Luiza. Esse objetivo ficou ainda mais claro após a companhia comprar a plataforma de entregas Sode, empresa que conta com uma tecnologia exclusiva para gestão, roteirização e rastreamento de logística ultra rápidas. A aquisição foi fundamental para fortalecer as entregas do Magalu.
É importante mencionar que nem todas as empresas que adotam o Q-commerce usam o mesmo modelo operacional, mas é comum que essas varejistas possuam centros de distribuição ou dark stores espalhados pelas cidades. Geralmente, esses espaços contam com um amplo estoque de produtos como alimentos, bebidas, itens de limpeza, higiene pessoal, entre outros.
Afinal, Por que as Varejistas Investem no Modelo de Entregas Ultra Rápidas?
Como mencionado neste artigo, os hábitos dos consumidores estão em constante mudança e hoje os clientes exigem entregas super rápidas, impondo agilidade às empresas.
Esse é o fator principal para as varejistas investirem em Q-commerce. Aliás, as companhias que não atendem a essa demanda, acabam ficando atrás da concorrência e perdem oportunidade de crescer no mercado…
Ou seja, empresas que apostam em Q-commerce estão mais próximas de atender às expectativas dos clientes e assim, gerar uma boa experiência de compra para esses consumidores.
Além disso, existe hoje no Brasil uma espécie de “guerra do frete”. Companhias como o Mercado Livre, Magazine Luiza, Americanas afirmam ter a entrega mais rápida do país. Essa disputa também é um dos principais motivos para que essas empresas realizem investimentos constantes em logística ultra rápida.
Entretanto, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou recentemente que as propagandas sobre velocidade de entregas dos marketplaces sofram alterações. Dessa forma, o resultado da disputa pela entrega mais ágil ainda não está definido. Principalmente porque grandes varejistas estão investindo cada vez mais em projetos para aprimorar a estratégia Q-commerce.
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