Última atualização em 6 de novembro de 2020 por Maria Alice Medeiros
A chamada “Guerra do Frete” nada mais é do que o esforço das varejistas para serem mais eficientes. Isto é: encurtarem cada vez mais o prazo de entrega e, conscientemente, realizarem ainda mais vendas.
Todas as empresas do setor, de alguma forma, estão preocupadas em diminuir o tempo gasto entre a finalização da compra e a entrega do produto na casa do cliente…
As líderes do varejo nacional também estão com esse mesmo pensamento, e lançam fortes estratégias para conseguirem vencer essa “Guerra dos Fretes”.
Ao longo do artigo, vou te dar um panorama sobre o Ecommerce hoje. Além disso, vou explicar em detalhes essa batalha pelo melhor frete, e listar as medidas que as grandes empresas estão tomando nesse sentido. Dá só uma olhada.
O Segmento de Ecommerce Hoje
Nos últimos anos, as vendas feitas pela internet cresceram de cerca de 20% ao ano. Contudo, com a pandemia, houve um avanço de 56,8% entre janeiro e agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Na prática, isso representou uma mudança avassaladora para o setor de Ecommerce…
O aumento do número de lojas que atuam exclusivamente online é um exemplo disso: ao todo, foram criadas 1,3 milhão de novas lojas virtuais no Brasil até o momento.
Mas não só isso:
Em um contexto geral, o Ecommerce teve a maior alta em 20 anos. Houve um salto de 39% no número de pedidos realizados no Ecommerce, totalizando 90,8 milhões, e um aumento de 47% nas vendas, somando R$ 38,8 bilhões.
E todo esse cenário configura um forte desafio para os empresários do Ecommerce: aproveitar ao máximo todas as oportunidades para vender ainda mais…
As estratégias para isso acontecer são as mais variadas, entre elas estão algumas como:
- Uso de lojas físicas como pequenos centros de distribuição;
- Contratos com transportadoras;
- Compra de empresas especializadas logística etc.
Hoje, diante da alta demanda em meio à pandemia, ficou claro para todo o setor que a empresa que entrega mais rápido, acaba vendendo mais…
Por isso, o objetivo principal das varejistas é focar na logística de frete. Isto é: encurtar o espaço entre a compra e a entrega da mercadoria na porta do cliente, o que acabou gerando o que chamamos hoje de “Guerra dos Fretes”.
Guerra do Frete?
De acordo com a consultoria Nielsen, o prazo médio das entregas no Brasil subiu consideravelmente nos últimos meses, atingindo 11,8 dias em junho…
Com isso, é justamente a redução dos valores de fretes e dos prazos de entrega que virou o ponto principal da disputa entre as varejistas do Brasil.
As gigantes do mercado já lançaram mão de estratégias para expandir suas atividades. Abaixo, listamos algumas delas:
Magazine Luiza
A famosa Magalu se destaca quando o assunto é expansão digital… Durante a pandemia, seu Ecommerce chegou a representar 98% das vendas da Magazine Luiza.
Além de alugar 17 galpões em todo o país, a varejista utiliza a sua rede de lojas como pequenos centros de distribuição. Mas, no que diz respeito a essa guerra dos fretes, a compra de empresas é o forte da varejista…
Recentemente, a Magazine Luiza comprou o AiQFome, startup de delivery que tem em seus planos entregar também os produtos da Magalu. Também comprou a Stoq Tecnologia, que cria sistemas de ponto de vendas, reduzindo filas e eliminando fricções no processo de compra, o que, claro, atinge todo o processo de fretes e entregas.
Assim, segundo a Magalu, 64% das compras diretas são entregues em até 2 dias. E 35% chegam em 24 horas, como as da capital paulista.
Mercado Livre
A companhia argentina criou estratégias para não ter problemas com fretes e entregas para seus clientes…
Nos últimos meses, o Mercado Livre apostou em:
- Centros de distribuição (a companhia anunciou a abertura do 3º CD no país, próximo à Salvador);
- Centenas de pontos físicos para depósito de produtos;
- Aumento da malha logística nas estradas (Recentemente, o Mercado Livre contratou 60 carretas para auxiliar nas entregas);
- Compra da Kangu, startup brasileira de logística que já atuava como parceira da empresa há algum tempo.
Mas as estratégias da companhia estão longe de parar por aí…
O mercado Livre foi citado como uma das empresas interessadas na compra dos Correios. A estatal enfrenta um período de greve de funcionários e, em meio aos planos do governo, uma possível privatização parece estar a cada dia mais próxima de acontecer…
lembrando que, hoje, 95% das mercadorias vendidas passam pela malha logística da companhia. E 75% dos pedidos feitos na modalidade em que o Mercado Livre faz a gestão da entrega chegam aos clientes em até 2 dias – antes da pandemia, essa fatia era de 55%.
B2W
A dona das Lojas Americanas, Submarino e Shoptime está de olho na expansão da melhoria do cálculo de frete e toda sua logística não é de hoje…
A B2W atua com cerca de 200 locais de apoio como mini-hubs, além de 1.700 lojas físicas em todo o Brasil que funcionam como pequenos centros de distribuição.
Além disso, a companhia pretende aumentar toda a rede com mais 17 centros de distribuição até o final do ano…
Todas as medidas são os componentes que dão fôlego à logística do grupo de empresas, aprimorando a capilaridade e a rapidez do serviço de entrega. Hoje, 30% das entregas do grupo são feitas em 24h.
Via varejo
A Via Varejo – dona das Casas Bahia e Ponto Frio – também aposta no uso de lojas físicas como centros de distribuição…
Inclusive, utilizar esses espaços é uma das estratégias da Via varejo para diminuir os prazos de entrega que aumentaram ao longo da pandemia. Ao todo, a companhia tem 500 lojas e 26 centros de distribuição ao redor do país…
Além disso, anunciou há alguns meses a aquisição da ASAPlog, startup especializada em soluções de logística e conexão de transportadoras em longas distâncias.
Atualmente, as entregas em 24h já respondem por 25% a 30% dos pedidos da Via Varejo. Contudo, o foco na companhia é atingir 40% até 2021.
As estratégias da empresa, ao que tudo indica, parecem estar dando certo… Para você ter uma ideia, a Via Varejo conseguiu reverter um prejuízo obtendo um lucro milionário no 2º trimestre deste ano.
Amazon
A companhia liderada por Jeff Bezos não perde tempo quando o assunto é expansão dos prazos de frete e toda sua malha logística.
A Amazon Brasil, por exemplo, abriu recentemente mais um centro de distribuição no Brasil, em Cajamar, região metropolitana de São Paulo. Ao todo, são 5 centros da Amazon em todo o país.
Mas, ao que tudo indica, a empresa quer ir além…
Assim como o Mercado Livre, a companhia norte-americana foi citada como um dos nomes que querem comprar os Correios.
Até o momento, especula-se que essa compra seria em parceria com a gigante chinesa, Alibaba. Contudo, nada ainda foi confirmado por nenhuma dessas companhias… Há, inclusive, a possibilidade de as duas disputarem a compra da estatal.
Entrega por drones também é uma opção
E estratégia tem um impacto significativo no mercado mundial… E também pode atingir toda essa questão em torno das entregas e dos fretes.
A inovação vem sendo adotada com sucesso em países como China e Estados Unidos. A Amazon EUA, inclusive, anunciou no ano passado que deseja realizar entregas por drones em até 30 minutos.
Aqui no Brasil, a Anac autorizou recentemente a realização de testes para entrega de mercadorias utilizando drones.
Até o momento, apenas o iFood já começou a testar as entregas com drones junto com a Speedbird, empresa que ganhou a concessão da Anac. Mas isso não impede que as grandes varejistas também comecem a pensar nesta possibilidade. É algo para ficar no radar das líderes do varejo.
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