O Mercado Livre investe há algum tempo em melhorias para expandir sua logística de entregas em todo o país. De compra de carretas até abertura de centros de distribuição, agora a empresa apostou em uma nova medida: a aquisição de uma startup especializada em logística.
Nos últimos meses, o Mercado Livre viu seus lucros crescerem de forma avassaladora e, junto a isso, é claro que o número de pedidos feitos no marketplace também cresceu…
A verdade disso tudo é que a empresa parece estar dando conta da alta da demanda dos últimos meses. Contudo, isso não impede que a companhia queira ampliar ainda mais seu alcance em todo país…
Ao longo deste artigo, vou apresentar algumas estratégias do Mercado Livre para ampliar sua logística. Também vou apresentar o nome da mais nova aquisição da companhia e o que tudo isso pode ter a ver com a privatização dos Correios. Veja só.
Só no 2º trimestre deste ano, o Mercado Livre vendeu US$ 5 bilhões, triplicando os seus lucros no período de abril a junho.
Ao todo, foram 178,5 milhões de itens enviados pela companhia, sendo que 157,7 milhões passaram pelo Mercado Envios, divisão de logística da companhia.
Isso, em si, já demonstra o poder do serviço de logística da empresa…
O sistema foi criado em 2013 e, na época, gerenciava apenas a parte tecnológica dos pagamentos de envios para a logística. E, com esse tipo de serviço, os vendedores da plataforma pagavam pelo frete e imprimiam uma etiqueta para envio pelos Correios…
Entretanto, ao longos dos últimos anos, não só esse sistema como toda a logística do Mercado Livre evoluiu bastante…
A empresa argentina investiu em:
Como complemento ao Mercado Envios, a companhia também lançou também o Mercado Envios Full, que é o fulfillment do Mercado Livre. O serviços tem como objetivo dar ao vendedor um depósito exclusivo dedicado ao estoque, além de ser o responsável por todo o processo de embalagem, envio e até pós-venda dos produtos.
Na prática, isso tudo significa duas coisas:
O desejo da companhia argentina depender cada vez menos dos Correios, como vou falar mais adiante…
E a continuidade das iniciativas do Mercado Livre para expandir ainda mais a sua capacidade de logística em todo o país. Quanto a isto, a companhia já fez mais um movimento recentemente…
A empresa anunciou nos últimos dias a compra de uma participação minoritária na Kangu, startup brasileira de logística que já atuava como parceira do Mercado Livre há algum tempo.
A Kangu foi fundada em 2019, pelos sócios Marcelo Guarnieri, Ricardo Araujo e Celso Queiroz, que trabalharam anteriormente na Fedex e, com isso, levaram um boa experiência do setor de logística para o empreendimento próprio…
Hoje, a Kangu é conhecida por fazer a ligação entre pequenos empreendedores e consumidores que estão em uma mesma região, o que reduz distâncias e traz mais agilidade às entregas, além da maior comodidade aos consumidores.
E tudo isso só comprova que a aquisição pelo Mercado Livre não foi à toa…
Segundo Renato Pereira, diretor de desenvolvimento corporativo do Mercado Livre, a compra aconteceu porque a Kangu acabou ganhando destaque nos últimos 12 meses, graças ao seu alto desempenho nas entregas da empresa:
“A Kangu se destacou como um parceiro que consegue se adaptar às mudanças e ao crescimento que o Mercado Livre demanda. Em um ano, passamos de 500.000 pedidos por dia para 1 milhão”, afirma.
Na prática, fica claro que o Mercado livre quis melhorar ainda mais a relação entre a companhia e os pequenos e médios vendedores do marketplace com a aquisição da Kangu.
Além disso, todo esse cenário traz à tona uma outra questão importante para o Mercado Livre: a redução da dependência dos Correios. A questão é tão importante que, recentemente, foi levantada a possibilidade de a gigante varejista comprar da estatal…
A greve dos Correios ganhou mais um desdobramento nos últimos dias: a privatização da estatal e possibilidade de algumas grandes empresas do Ecommerce disputarem pela compra dos Correios.
Ao que tudo indica, o Mercado Livre é uma das companhias que querem comprar a estatal. Mas outros nomes também surgiram como potenciais compradores, como Amazon e Alibaba – ainda sem saber se como parceiras ou concorrentes nessa possível disputa.
O fato é que, para o Mercado Livre, a diminuição da dependência dos Correios é algo vital. Não é à toa que a companhia vem traçando ações para isso acontecer o mais rápido possível…
Por isso, caso isso tudo aconteça, a companhia já pode contar com dois pontos a seu favor:
A sua forte logística de entrega ao redor do país e seus centros de distribuição no Brasil.
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