Uma pesquisa recente feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), com dados analisados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta uma estimativa de faturamento de R$ 304 bilhões para o Ecommerce brasileiro até o final de 2021. De acordo com Fábio Bentes, economista da CNC, a quantia representa um avanço de 38% na comparação anual.
O estudo considera dados da Receita Federal sobre as vendas online no país a fim de justificar a possibilidade do lucro até o final deste ano. Veja os detalhes do levantamento nos próximos tópicos…
Segundo o relatório, os brasileiros compraram mais pela internet durante a pandemia. E é esperado que a maioria dos consumidores continuem comprando online.
Um dos fatores que indica esse cenário é o fato de as vendas online crescerem 73% em junho de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019. Ou seja, em um período que ainda contava com medidas restritivas rigorosas de isolamento social.
O levantamento ainda mostra que os compradores com uma maior renda foram os que mais fizeram compras pela internet. Entre os entrevistados residentes de 1.946 domicílios, em 7 capitais, 59,4% afirmaram que compraram mais online por meio de sites ou aplicativos…
Neste cenário, 44,4% disseram que pretendem continuar comprando online em 2022. Enquanto 19,4% contaram que voltarão a comprar no varejo físico. Fora que ainda há outras informações relevantes da pesquisa são sobre o consumo pela internet entre diferentes classes…
Os consumidores que ganham mais de R$ 9,6 mil mensais correspondem a 71,8% dos compradores, por exemplo. Já os com ganhos de, em média, R$ 2 mil por mês representam 41,1% do total dos indivíduos que compram online.
Segundo Cláudia Perdigão, pesquisadora e economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, a falta de dispositivos eletrônicos e a dificuldade em acessar à internet impactam uma parcela da sociedade:
“As famílias de baixa renda encontram dificuldade na contratação de internet e smartphones ou computadores que ajudariam a navegação. Também tem o desemprego e a inflação”, explica a executiva.
Em meio a esse contexto, é válido refletir sobre a estimativa de faturamento acima de R$ 304 bilhões para o Ecommerce brasileiro. Nesse contexto, outros estudos feitos nos últimos meses indicam um faturamento inferior.
Para você ter uma ideia, o Ecommerce brasileiro faturou R$ 54,3 bilhões durante os 6 primeiros meses deste ano, segundo o relatório Webshoppers 44, feito pela plataforma de opinião de consumidores Ebit | Nielsen…
Na prática, as vendas online no país cresceram 31% na comparação com o 1º semestre de 2020, alcançando um patamar histórico para o Ecommerce. O número de pedidos feitos pela internet aumentou 7%, batendo a marca de 100 milhões.
No entanto, é válido lembrar que em dezembro de 2020, a Ebit | Nielsen também havia publicado outro estudo sobre a expectativa de faturamento do Ecommerce nacional em 2021. Na época, o levantamento indicava um lucro anual de R$ 100 bilhões, ou seja, inferior à estimativa apontada pela CNC…
Mesmo com as vendas online crescendo no 2º semestre deste ano, o cálculo aproximado da CNC talvez esteja um pouco animador demais…
Afinal, a previsão do faturamento de R$ 304 bilhões representa mais do que 5 vezes o valor atingido pelo Ecommerce brasileiro no 1º semestre. Tudo bem que é justamente no final do ano em que há datas comemorativas importantes, com alto índice de vendas, como a Black Friday e Natal. Mas, mesmo assim, vale a pena os empresários do Ecommerce ficarem bastante atentos ao que está por vir…
Ou seja, se você já está organizando o planejamento do seu negócio para 2022 e utiliza como base o crescimento do Ecommerce como um todo, não deixe de acompanhar todas as pesquisas referentes ao assunto.
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