Última atualização em 3 de novembro de 2021 por
A Americanas S.A. anunciou nesta quarta-feira (3) uma proposta de incorporação da Lojas Americanas que resulta em uma mudança na estrutura societária da companhia. A medida, que prevê a fusão das ações AMER3 com LAME3 e LAME4, será levada à assembleia extraordinária para aprovação dos acionistas em 2022.
Na prática, a varejista aprimora a governança corporativa e elimina o desconto de holding, ou seja, da companhia que detém a maioria das ações de outras empresas. Dessa forma, aumentando a liquidez de AMER3. Veja os detalhes da mudança nos próximos tópicos…
Ações da AMER3 Serão Divididas Para os Acionistas das Lojas Americanas
De acordo com o fato relevante publicado pela companhia, o 3G Capital, atual controlador da Lojas Americanas S.A., passará a ser um acionista de referência com 29,2% do capital da Americanas S.A., cedendo o controle sem a cobrança de valores.
O grupo esteve presente na varejista desde os anos 80 e foi conduzido pela estratégia de criação de valor de longo prazo. Esse foco permitiu uma expansão rentável para a empresa e, agora, a nova acionista afirma estar comprometida “com uma visão de longo prazo como norteadora da geração de valor futura“.
Assim, as ações AMER3 detidas por Lojas Americanas serão distribuídas na mesma proporção para os acionistas de LAME3 ou LAME4. Cada ação de LAME3 ou LAME4 será convertida em 0,1860 ação AMER3.
Além disso, haverá uma adequação do estatuto social da Americanas S.A. e a inclusão de poison pill com gatilho de participação de 15%. O termo se refere a um mecanismo de proteção dos acionistas minoritários. Isto é, o investidor que alcançar 15% deverá realizar uma oferta pública para aquisição da totalidade das ações em circulação da companhia.
Em relação à mudança, Miguel Gutierrez, CEO da Americanas S.A., reforça que o contexto positivo das operações de negócio foi importante para o anúncio da unificação das ações:
“Considerando a bem-sucedida combinação operacional de negócios em andamento, amadurecemos a ideia de consolidar as bases acionárias das Companhias no Novo Mercado. Teremos uma só Americanas: para clientes e investidores“, afirma o executivo.
No entanto, outro fator impulsionou a fusão das ações da Americanas e Lojas Americanas, sendo este o estilo de vida dos brasileiros em relação à maneira como fazem compras…
Mudança nos Hábitos de Consumo Estimulou Proposta de Fusão de Ações
A varejista também apresentou no comunicado dados preliminares da combinação operacional em relação às sinergias ativas (frete, marketing, tecnologia e logística) e financeiras (otimização da gestão financeira e da antecipação recebíveis).
O faturamento previsto da Americanas é de R$ 2,3 bilhões até 2024, além de um VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 1,6 bilhão, valores com custos da reorganização já descontados.
Diante disso, é notável que a companhia está empenhada em oferecer uma jornada de compra personalizada e mais conveniente aos consumidores. Até o momento, a Americanas tem uma base de 49 milhões de clientes ativos, 34 mil colaboradores e mais de 300 sócios, com 90% do seu patrimônio investido na varejista.
Graças a essas conquistas, a Americanas se destaca no mercado com um sortimento variado, ampla presença nacional e baixo custo de aquisição de clientes (CAC). Desse modo, reconhecendo a possibilidade de crescimento evoluindo nos seguintes pontos:
- Plataformas proprietárias digitais e físicas;
- Fulfillment;
- Fintech;
- Ads.
Inclusive, a companhia aponta a entrada em novos mercados por meio de aquisições e parcerias como outro fator importante. Ou seja, aspectos em que a Americanas tem investido recentemente, tendo em vista a aquisição da rede social para leitores Skoob e da rede de supermercados Hortifruti.
Sendo assim, o cenário de mudança da Americanas no Novo Mercado B3 ocorre em um momento em que a varejista tem tomado iniciativas estratégicas, ou seja, nos pontos vistos fundamentais para se destacar entre as concorrentes…
Como a inauguração de novos centros de distribuição e a disponibilização do serviço de importação da China para os sellers. Logo, a companhia está determinada em apostar nos segmentos que estão em alta para ser considerada a maior varejista do país e, ao mesmo tempo, atender as necessidades dos vendedores parceiros e dos consumidores modernos.