PIX Representa o Fim do Dinheiro em Espécie?

Última atualização em 20 de dezembro de 2021 por Ana Júlia Parreira

O PIX representa o fim do dinheiro em espécie? Essa é uma dúvida que muitas pessoas têm atualmente. Isso porque o sistema de pagamento instantâneo do Banco Central representa uma inovação no que diz respeito aos meios de pagamento e transferências bancárias e cresceu rapidamente entre os consumidores brasileiros. 

Dados do Banco Central apontam que hoje o PIX corresponde a 72% das transações no Brasil, superando TED, DOC e Boleto. Além disso, 104,4 milhões de pessoas já utilizaram o recurso para pagar ou receber valores. O crescimento da modalidade se deu principalmente pela expansão do Ecommerce nos últimos meses e pelas mudanças nos hábitos dos consumidores

É possível afirmar que o modelo de pagamento já é preferência não apenas das  pessoas, mas também das empresas , que já adotam amplamente o PIX nas vendas tanto de lojas físicas quanto as online. Em julho de 2021, mais de 30% dos lojistas já ofereciam o PIX como meio de pagamento

Diante desses dados, muitos se questionam se o PIX realmente representa o fim do dinheiro em espécie. É interessante destacar que essa é uma pergunta sem resposta fácil. E, para analisar essa questão, alguns pontos precisam ser levados em consideração…  

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(Imagem: Shutterstock)

Entenda o Cenário Atual dos Meios de Pagamento 

Os meios de pagamento estão cada vez mais rápidos, modernos e digitalizados, conquistando cada vez mais a preferência dos consumidores…

Para você ter uma ideia, uma pesquisa global feita pela Blackhawk Network, empresa fornecedora de soluções de pagamentos, aponta que 13 mil entrevistados em 9 países preferem fazer compras em varejistas que oferecem vasta opções de meios de pagamentos digitais.

No Brasil isso já é refletido nos hábitos dos consumidores, que levam em consideração as formas de pagamento disponíveis na decisão de compra. Prova disso é um levantamento feito pela plataforma de Ecommerce Nuvemshop, que aponta que 80% brasileiros desistem de fazer compras devido à limitação dos meios de pagamento das lojas virtuais.

Além disso, um estudo feito pela Zetta, associação de empresas de tecnologia que atuam com serviços financeiros digitais, mostra que 70% dos brasileiros têm  intenção de realizar pagamentos via PIX em estabelecimentos comerciais como farmácias, supermercados e padarias, além de serviços médicos. 

Vale mencionar ainda o surgimento de outros modelos financeiros, como o Open Banking ou Sistema Financeiro Aberto. Basicamente, trata-se de um conjunto de regras e tecnologias que possibilita o compartilhamento de informações e dados monetários de clientes entre diferentes instituições financeiras.

Na prática, o sistema financeiro facilita a movimentação das contas de forma segura, ágil e conveniente a partir de plataformas distintas, não apenas pelo aplicativo ou site do banco

Tais soluções cooperam para facilitar a eficiência das operações financeiras para consumidores e empresas hoje. Porém, é interessante mencionar que esses novos modelos não anulam a importância do dinheiro em espécie…

Por que o Dinheiro em Espécie Resiste

A resistência do dinheiro em espécie pode ser considerada diante de alguns fatores, um deles é a informalidade no mercado de trabalho. Segundo dados do  IBGE, entre os 86,7 milhões de pessoas ocupadas no Brasil, 34,7 milhões são trabalhadores sem carteira assinada… 

Alguns desses indivíduos são vendedores ambulantes e, nesse caso, o dinheiro em espécie é crucial. Aliás, as cédulas e moedas circulam rapidamente nas mãos desses trabalhadores e as formas de pagamento digitais podem não ser viáveis nessas circunstâncias.

Outro ponto diz respeito ao número de indivíduos desbancarizados. Um estudo do Instituto Locomotiva, empresa de pesquisas, mostra que ainda existem 34 milhões de indivíduos sem conta bancária no Brasil. A pesquisa aponta que esse público é formado principalmente por indivíduos de baixa renda, os quais não possuem uma base financeira suficiente para justificar movimentações bancárias.

Além disso, as fraudes envolvendo o PIX é outra questão que merece destaque. O crescimento da modalidade financeira fez com que os golpes online aumentassem. Um levantamento feito pela PSafe, empresa de segurança digital, revelou que 66% dos consumidores entrevistados têm medo de realizar pagamento de compras via PIX, o número é equivalente a dois de cada três brasileiros…

Contudo, é interessante mencionar que o Banco Central não poupa recursos para criar medidas para diminuir o número de golpes no PIX, uma delas é o limite de valores e horários para realização de transferências

Afinal, o PIX Simboliza o Fim do Dinheiro em Espécie?

O uso do PIX causou a redução do número de cédulas e moedas no Brasil. Prova disso é que R$ 40 bilhões em espécie deixaram de circular no Brasil de janeiro a outubro de 2021…

De acordo com o Banco Central, a queda foi de 10,5% em comparação ao fim de 2020. Os números são relevantes levando em consideração o curto período de atuação do modelo de pagamento. 

Diante disso, muitas pessoas se perguntam se existe uma relação entre a diminuição do dinheiro em papel e a chegada do Pix. Contudo, segundo o portal E-commerce Brasil, o Banco Central aponta que ainda não concluiu se um fator realmente tem a ver com outro, mas muitas empresas acreditam no potencial do modelo de pagamento para os negócios. 

Logo, não há como negar que o PIX tem tudo para conquistar um espaço ainda maior no Brasil…

O sistema de pagamento instantâneo do BC, assim como as demais soluções financeiras,  não surgiram para dar fim ao dinheiro em espécie, mas sim para evoluir o sistema financeiro e gerar mais praticidade para os consumidores e comerciantes. Aliás, o aumento da digitalização dos meios de pagamento é uma das principais tendências para o futuro do Ecommerce, algo que todo empreendedor deve ficar bem atento. 

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