Trabalhar em home office já é uma realidade no Brasil, principalmente neste período de pandemia. Em um cenário em que 80% dos gestores já aprovam o home office, uma pergunta surge para o futuro: será que o modelo de trabalho remoto também fará parte da vida dos brasileiros em um contexto pós-pandemia? 

É seguro dizer que período de isolamento social contribuiu para que empresas pensanssem “fora da caixinha”. Isto é, buscassem novas alternativas para continuar trabalhando sem prejudicar os negócios…

Mas, imaginando um cenário sem medidas restritivas de contato social, qual será a expectativa para o trabalho em home office no país?

Ao longo deste artigo, vou te explicar o que é e como tem funcionado o home office para muitas empresas nos últimos meses. Além disso, também te mostrarei as previsões para futuro do modelo no país.

O que é home office?

A esta altura da pandemia do Covid-19, você já deve ter uma boa noção sobre o que é home office…

Basicamente, são os funcionários de uma empresa que em vez de trabalharem alocados no escritório, desempenham suas funções dentro de casa. Ou seja: em um “escritório em casa” (tradução livre do termo “home office”).  

A ideia não era muito popular no Brasil até o surgimento da pandemia, mas, aos poucos, vem conquistando mais espaço entre as empresas e seus funcionários…

Com a restrição de contato entre as pessoas, muitas companhias – inclusive as do setor de Ecommerce – se viram obrigadas a implementar o modelo de trabalho home office para não pararem suas atividades em meio à pandemia.

Na prática, os colaboradores não estão mais indo diariamente aos escritórios. Então, todos os trabalhos – os possíveis, claro – estão sendo realizados em casa.

Com isso, setores como o administrativo, marketing, comercial e tantos outros, estão seguindo com as suas respectivas demandas de forma remota…

E, em meio a essa grande mudança, é possível notar que o home office ganhou muita popularidade no país ao longo dos últimos meses.

Quem não conhecia ou não podia atuar desta maneira, passou a implementar esse modelo de trabalho no dia a dia…

E toda essa popularidade do trabalho remoto, claro, terá os seus desdobramentos em um possível cenário pós-pandemia, como vou explicar adiante.

Trabalho Home Office Atualmente no Brasil

Desde o início da pandemia, cerca de 90% das empresas nacionais promoveram alguma alteração em seu modo de operação, segundo levantamento do Ibre/FGV.

Os dados também indicam que o home office foi adotado por 83% para atividades administrativas e 20% para tarefas operacionais.

E tudo isso, na verdade, só reforça ainda mais a premissa de que vários ajustes precisaram ser feitos nos processos dentro das empresas…

Uma prova disso é que, na mesma pesquisa, um terço das companhias entrevistadas afirmou ter utilizado novos meios de venda ao longo da pandemia. 

No caso do varejo, isso se aplica a 57% das companhias, sendo cerca de 65% em três segmentos: supermercados, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos. A opção pelo delivery é citada por 41% das empresas do comércio.

Somado a isso, também existe a mudança no mindset dos empresários…

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Agora, além de adaptarem-se ao chamado “novo normal”, as companhias estão vislumbrando novas possibilidades…

E os grandes bancos são exemplos fortes disso. Vou te mostrar:

O Banco do Brasil anunciou recentemente que devolverá 19 de seus 35 edifícios de escritórios em sete capitais e no Distrito Federal. A economia estimada com essa medida é de R$ 1,7 bilhão ao longo de 12 anos. 

O Itaú é outro banco que está promovendo mudanças. Em nota, divulgou que manterá os colaboradores das áreas administrativas em home office pelo menos até 1.º de setembro. Além disso, ressaltou que já existe uma frente de trabalho dedicada unicamente a estruturar o modelo de trabalho a partir de setembro.

Portanto, se antes o trabalho remoto era pouco ou nada difundido entre os brasileiros, hoje essa realidade está bem diferente…

O que nos leva a pensar também no futuro…

Futuro do trabalho remoto em um cenário pós-pandemia

Uma recente pesquisa feita pela Cushman & Wakefield apontou que 40% das empresas que não trabalhavam no regime de home office vão passar a aderir esse sistema de forma definitiva.

Com relação a isso, um tema que tem sido debatido é a produtividade dos funcionários…

Para evitar que os funcionários sejam menos produtivos quando estão trabalhando em casa, muitos gestores estão apostando no foco em resultados. 

Isto é, as tarefas e os volumes de entregas estão sendo delimitados de forma clara. E isso faz com que os colaboradores saibam exatamente quais tarefas devem entregar e, principalmente, quando devem ter tudo concluído.

Com a distância, a comunicação entre gestores e funcionários também demonstrou ser um ponto passível de ajustes.

Então, para evitar ruídos na comunicação, reuniões diárias com os times estão sendo realizadas. Tudo isso para que as equipes trabalhem de forma bem alinhada, preservando ao máximo a produtividade na execução de tarefas…

E parece que isso tem dado certo…

Uma pesquisa que reforça isso foi a realizada pela JLL, com 3 mil pessoas em todo o mundo, que apontou que os “patrões” não veem mais a necessidade da presença do funcionário no escritório para medir sua produtividade. 

Além disso, ainda de acordo com o levantamento, outros pontos estão à favor do home office para um futuro próximo:

• 49% dos entrevistados veem de forma positiva a redução de deslocamentos;
• 45% apoiam a adoção de horários flexíveis de trabalho.

Portanto, a adoção do home office não deve seguir apenas como forma paliativa durante a pandemia. Na verdade, as empresas estão considerando fortemente levar adiante o modelo de trabalho remoto. 

Enquanto, aparentemente, os funcionários têm estado bem satisfeitos, com mais tempo e qualidade de vida, as companhias estão economizando com gastos referentes a transportes e contas de escritório, por exemplo.

Tudo isso remete a uma reflexão sobre os padrões de prestação de serviços no país para os próximos anos…

É claro que ainda há muita coisa para acontecer, mas, por ora, o cenário parece a favor da continuidade do trabalho em home office, de forma parcial ou total.