Depois de 35 dias, chega ao fim a greve dos Correios. O impasse entre a direção da estatal e seus funcionários não foi fácil de ser resolvido. Foi preciso uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para acabar com a paralisação dos serviços dos Correios.
Ao que tudo indica, a decisão foi favorável aos funcionários, determinando um reajuste salarial de 2,6% e mantendo as 20 cláusulas estabelecidas no Acordo Coletivo que tinha validade até 2021 – mas que a estatal suspendeu ao longo da pandemia.
Contudo, apesar de a greve dos Correios ter chegado ao fim, é inegável que a paralisação dos serviços atingiu em cheio o segmento de Ecommerce…
Houve aumento no prazo de entregas, alta no índice de reclamações, maior demanda para as transportadoras… Enfim, tudo isso serviu de pano de fundo nesse período em que a estatal estava em greve.
E todo esse contexto ainda ressaltou um outra questão importante: os efeitos que a possível privatização da estatal poderão causar nos serviços dos Correios e, consequentemente, no Ecommerce.
Acompanhe os próximos tópicos para entender esse tema em detalhes…
Quem trabalha com vendas online sabe: um Ecommerce não funciona se não estiver aliado a uma boa logística de entrega.
Nas últimas semanas, muito foi debatido sobre os estragos que a greve dos Correios poderiam causar no setor…
E o fato é que os serviços de entregas prestados pelos Correios afetam fortemente o setor de Ecommerce…
Para você ter uma ideia, 8 a cada 10 lojas virtuais de pequeno e médio porte dependem dos Correios para entregar os produtos na casa dos consumidores, segundo pesquisa da Loja Integrada.
Diante disso, a paralisação afetou todo o setor…
Nos primeiros dias da greve dos Correios, o volume de pedidos postados em unidades da estatal que não aderiram à greve caiu 19%, de acordo com levantamento realizado pelo Bling…
Somado a isso, o Procon-SP registrou 756 reclamações contra os Correios só nos 14 primeiros dias de setembro. No mesmo mês do ano passado, foram registradas apenas 132 reclamações. Ou seja, houve um aumento de 472%.
E tudo isso acontecendo em meio a alta demanda do Ecommerce… Só em julho deste ano, o Ecommerce brasileiro teve 1,29 bilhões de acessos, classificando o mês como o 3º melhor de toda a história do Ecommerce…
O resultado disso tudo?
Os empresários precisaram buscar por novas soluções para suprir o alto índice de pedidos em meio à greve dos Correios. E foi neste ponto que o trabalho das transportadoras foi crucial para as entregas dos pedidos não pararem…
Ainda de acordo com a pesquisa do Bling, as empresas que mais tiveram aumento de demanda nesse período foram:
Ou seja, em meio à baixa nos serviços dos Correios, as transportadoras foram verdadeiras aliadas dos empresários nesse sentido…
Agora, com o fim da greve, espera-se uma retomada do ritmo normal das entregas…
Entretanto, outra questão – também debatida pelos funcionários na greve – chama a atenção quando o assunto é o serviço dos Correios: a privatização da estatal.
É inegável que a atuação dos Correios é indispensável para a logística de entrega da maioria das empresas do Ecommerce…
Mas, ao que tudo indica, o Governo Federal está mais determinado do que nunca a privatizar a estatal.
De acordo com o presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, o processo de privatização da estatal já está em andamento…
Além disso, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou recentemente que há, pelo menos, 5 empresas interessadas em comprar os Correios…
Inclusive, algumas gigantes do varejo estão de olho na estatal, como Magazine Luiza, DHL e FedEx. Até o Mercado Livre está entre as empresas cotadas para comprar os Correios.
Independentemente da empresa que possa vir a comprar os Correios, um fato importante precisa ser considerado: a privatização pode afetar sim o Ecommerce.
Em recente entrevista à Suno Research, José Rivaldo da Silva, secretário da FENTECT, afirmou que os Correios atendem todas as partes do Brasil. E, hoje, a empresa consegue entregar em lugares como o interior do Amazonas, por exemplo, cobrando uma tarifa justa…
E que, com a privatização, o serviço poderia até chegar neste local – com até mais velocidade – , mas um preço muito mais caro seria cobrado do consumidor.
Ou seja, existiria a possibilidade de vender para todos os lugares do país… Mas, talvez, também haveria mais desistência de compras por causa do alto frete, por exemplo.
Portanto, não tem como fugir desse tema complexo que é a privatização dos Correios…
E é importante ter em mente que:
Embora as pequenas e médias empresas que atuam em marketplaces estejam mais “protegidas” devido às alternativas de logística, como transportadoras e motoboys, gigantes do varejo, como o Mercado Livre, utilizam os serviços dos Correios.
Quem trabalha ou apenas acompanha o mercado de e-commerce sabe que o cenário atual nunca…
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