Infelizmente, a prática de elevar os preços de produtos que estão com uma alta procura é mais comum do que se imagina. Tanto pequenas e médias empresas quanto gigantes do varejo já adotaram esse tipo de postura, como é o caso agora da Amazon, que está sendo acusada de implementar valores abusivos para os itens essenciais.
Muitas companhias fazem uso dessa prática para aumentar o faturamento dos negócios. Entretanto, isso está longe de ser algo legal ou positivo para o mercado…
Com produtos ultrapassando o valor encontrado no mercado, a Amazon enfrenta uma acusação grave de aplicar preços exagerados em um momento em que o consumidor mais precisa de produtos.
E, ao que tudo indica, a prática também tem acontecido entre algumas empresas do mercado brasileiro…
Entenda, nos tópicos abaixo, mais detalhes sobre todo o assunto.
De acordo com relatório elaborado por um grupo de defesa do consumidor e divulgado pela Public Citizen, a Amazon inflou de maneira abusiva os preços de produtos essenciais meses após o início da pandemia.
O relatório foi elaborado com base nas observações do grupo e dados de sites de rastreamento de preços…
E o aumento constatado pelas informações adquiridas foi considerado abusivo quando comparado aos valores pré-pandemia e aos preços cobrados por outras empresas…
Um exemplo citado no levantamento foi um sabonete líquido da marca Dial, com cerca de 220 ml:
A Target anunciou o produto por US$ 1,49, já a CVS Health, cobrou US$ 2,29. Nenhuma das duas companhias disponibilizavam o produto para entrega em domicílio, mas, mesmo assim, o valor da Amazon chamou a atenção…
A companhia e um comerciante terceirizado venderam o mesmo sabonete líquido por US$ 6,41, valor bem maior do que o cobrado pelas varejistas concorrentes.
E, acredite, o sabonete não foi o único item a apresentar um valor muito maior que o do mercado…
A lista abaixo mostra uma parte dos produtos dos quais a Amazon teria aumentado os preços. Veja:
Entre os itens citados na lista acima, as máscaras descartáveis foram as que mais chamaram a atenção, apresentando um aumento de 1000% em sua comercialização. O gráfico abaixo mostra isso em detalhes ao longo dos últimos meses:
Outro produto em destaque foi o spray desinfetante, com um aumento de 87% no preço cobrado aos consumidores:
O fato é que estes foram apenas alguns dos produtos os quais a Amazon teria cobrado um valor absurdamente maior do que as outras varejistas do mercado.
Além disso, o que chama mais ainda a atenção nisso tudo não são só os preços absurdos, mas a justificativa da Amazon USA em resposta ao relatório…
A varejista norte-americana negou que elevou os preços dos produtos essenciais, em nota, afirmou:
“Não há lugar para aumento de preços na Amazon, e isso inclui produtos oferecidos diretamente pela Amazon (…) Nossos sistemas são projetados para oferecer aos clientes o melhor preço online disponível e, se vemos um erro, trabalhamos rapidamente para corrigi-lo.”
A justificativa, entretanto, não convenceu os autores do levantamento…
Principalmente porque o relatório deixa claro que não foram só os vendedores terceirizados que estavam envolvidos na manipulação de preços. A própria Amazon estava vendendo produtos essenciais com preços considerados como abusivos.
Além disso, é importante destacar que os vendedores terceirizados da Amazon representam, hoje, 25% da receita de vendas online da varejista…
E, de acordo com o relatório, a Amazon depende desses vendedores terceirizados e se beneficia diretamente quando a receita deles aumenta de alguma forma.
Sendo assim, não teve jeito, a empresa norte-americana não convenceu os responsáveis pelo elaboração do estudo…
Por aqui, até o momento, não houve nenhuma citação do tipo em relação à Amazon Brasil. Mas isso não significa que o setor em geral não esteja apresentando o mesmo comportamento da varejista norte-americana…
Para você ter uma ideia, o Procon do Rio recebeu 1.237 denúncias dos consumidores sobre preços abusivos cobrados por estabelecimentos comerciais entre 1 de março a 12 de maio de 2020.
O Procon de São Paulo também se manifestou, informando que o valor total aplicado em multas por causa de preços abusivos na pandemia já passa de R$ 3 milhões…
Diante disso, fica nítido que apesar de o Código de Defesa do Consumidor ser um grande marco no que diz respeito às relações entre consumidor e empresas, ainda há algumas lacunas que precisam ser revistas…
Não é à toa que hoje, para tentar resolver isso, existem mais de 40 propostas no Senado que visam a atualização do Código de Defesa do Consumidor.
Lembrando que as consequências sofridas pelos estabelecimentos que cobram valores abusivos são apenas administrativas, como aplicação de multa e cassação do alvará que autoriza o funcionamento do empreendimento.
Ou seja, não são medidas criminais…
Contudo, alguns desses projetos querem mudar isso, afirmando que devem ser feitas punições mais severas a essas empresas, como pena de 2 a 5 anos de reclusão, por exemplo.
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