Última atualização em 18 de janeiro de 2021 por Maria Alice Medeiros
O tema “compartilhamento de dados” nunca esteve tão em voga como nos últimos dias. Prova disso é que algumas mudanças feitas nas regras de privacidade do Whatsapp estão causando verdadeira comoção entre os usuários do aplicativo…
A preocupação das pessoas tem sido tão grande que até mesmo o Procon-SP notificou o aplicativo…
A instituição quer entender qual é a base legal do Whatsapp para fazer as mudanças e o seu enquadramento na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
E tudo isso, claro, é algo que PRECISA estar nos radar dos empresários…
Isto é: com tantos usuários questionando o Whatsapp (muitos deles até abandonando o aplicativo, como vamos mostrar mais adiante), como fica o futuro da ferramenta para os negócios?
Ao longo deste artigo, vamos apresentar as mudanças no compartilhamento de dados no Whatsapp, e explicar porque os ajustes estão gerando tanta discussão. Acompanhe!
Mudança no Compartilhamento de Dados?
No início de 2021 o Whatsapp começou a emitir uma notificação aos usuários sobre uma mudança em sua política de privacidade.
Na mensagem, basicamente, a empresa informou que passará a compartilhar os dados dos usuários com o Facebook…
E que as pessoas têm até 8 de fevereiro (data que já foi prorrogada para 15 de maio) para decidir se continuarão utilizando o aplicativo.
Em 2016 o app já havia feito uma mudança nesse sentido. A diferença é que o compartilhamento dos dados com o Facebook era opcional.
Isto é, quem concordou na última atualização já está compartilhando seus dados com as empresas de Mark Zuckerberg…
A diferença é que, agora, com esta última mudança, todos precisarão concordar com a nova política de privacidade do app Whatsapp.
A informação não agradou alguns os usuários, ganhando grande repercussão nas mídias sociais e demais veículos…
Mas antes de falar em mais detalhes sobre isso, é importante saber quais são as informações que o Whatsapp poderá compartilhar com o Facebook, certo? Vamos a elas…
Dados que o Whatsapp Poderá Compartilhar com o Facebook
Antes de mais nada, é bom ter em mente que os dados não serão concedidos apenas ao Facebook, mas também às suas empresas, como: Payments, Onavo, Facebook Technologies e CrowdTangle.
Assim, entre os dados dos usuários que o Whatsapp poderá compartilhar, estão:
- Endereço de IP;
- Informações do Registro (nome, número de telefone etc);
- Dados sobre o dispositivo;
- Informações sobre transações e pagamentos;
- Informações sobre interação com outros usuários.
Além disso, de acordo com a companhia, os compartilhados poderão ser utilizados para as seguintes finalidades:
- Aperfeiçoamento dos sistemas de infraestrutura de entrega;
- Entendimento de como os serviços são utilizados;
- Proporcionar proteção, segurança e integridade nos produtos;
- Aprimoramento dos serviços e experiências, (o que inclui sugestões para os usuários, como recomendação de conteúdos, conexões de grupos ou amigos);
- Integração para conectar o WhatsApp com outros produtos do Facebook (o que inclui o Facebook Pay).
Diante dessas mudanças, não teve jeito: as pessoas que usam a ferramenta não ficaram nada satisfeitas. Alguns até migraram para outros aplicativos…
Por que a Mudança Está Gerando Discussões?
Um dos primeiros questionamentos que surgiram foi sobre a segurança das mensagens. Isto é, se tanto o Whatsapp quanto o Facebook poderiam acessar as mensagens dos usuários…
A resposta é não.
Contudo, há um ponto de atenção: a nova regra de compartilhamento de dados entre as empresas deixa de garantir proteção nas mensagens feitas por contas comerciais.
Para quem atua no Ecommerce, por exemplo, sabe o quanto é comum empresas oferecerem atendimentos pelo Whatsapp. E isso acontece não necessariamente pelo aplicativo em si, mas por ferramentas que fazem a gestão dos chats de atendimento.
Neste caso, como há uma outra empresa armazenando e gerenciando as interações, o Whatsapp não conseguiria garantir a criptografia ponta a ponta para esses casos…
Assim, quando um possível cliente começa uma conversa com o atendente, o Whatsapp app exibe a mensagem “você está conversando com uma conta comercial”.
Mas não só isso…
Outro ponto é que a nova mudança prevê a coleta de dados que não estavam assinaladas naquela última mudança nas regras que ocorreu em 2016, como:
- Carga da bateria;
- Operadora de celular;
- Força do sinal da operadora;
- Identificadores do Facebook, Messenger e Instagram, que possibilitam o cruzamento de dados de um mesmo usuário nas três ferramentas.
Além disso, a parte do documento que fala sobre dados de localização também mudou. Agora a regra diz que:
“Mesmo se você não utiliza nossos recursos relacionados à localização, usamos endereços IP e outros dados como códigos de área de número de telefone para calcular sua localização geral”, aponta o documento.
Tudo isso fez com que muitos usuários abandonassem o aplicativo, optando por outros como Telegram e Signal. Este último, inclusive, foi indicado por Elon Musk, CEO da Tesla, que, recentemente, tomou o lugar de Jeff Bezos, dono da Amazon, como a pessoa mais rica do mundo.
A migração tem sido tão forte que ambos aplicativos superaram o Whatsapp na lista dos mais baixados no Brasil…
Diante disso, não dá para não questionar o quanto o aplicativo ainda é seguro…
Whatsapp Não é Mais Seguro Para as Empresas?
Ainda é muito cedo para afirmações deste tipo…
Por ora, especialistas não deixam de ressaltar que a nova política de privacidade do Whatsapp não explica quais são as motivações para a coleta de alguns dados em específico…
Isto é, a nova regra afirma quais são as informações serão coletadas e como podem ser usadas. Mas não indica diretamente a finalidade para cada dado coletado.
Já o Whatsapp, por sua vez, se posiciona dizendo que nova política de compartilhamento de dados não altera as práticas que vêm sendo feitas com o Facebook :
“Esta atualização não muda as práticas de compartilhamento de dados entre o WhatsApp e o Facebook, e não impacta como as pessoas se comunicam de forma privada com seus amigos e familiares em qualquer lugar do mundo”, afirma o Whatsapp em comunicado ao site G1.
Portanto, o que tanto empresas quanto as pessoas físicas que utilizam a ferramenta devem considerar é como será o desdobramento dessa discussão…
Principalmente porque, a companhia já avisou que as pessoas que não aceitarem as novas regras, não poderão mais utilizar o aplicativo.
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