Última atualização em 9 de julho de 2021 por Maria Alice Medeiros
Em mais um levantamento mensal, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou aumento de 1,4% nas vendas do varejo em maio de 2021.
Em março deste ano, o IBGE havia identificado uma queda significativa de -3,0% no varejo brasileiro. Mas a elevação nos números das vendas no setor tem acontecido desde abril, resultando em um aumento pela segunda vez consecutiva…
Vestuário e Calçados São Algumas das Categorias que Tiveram Alta
Ao comparar os números de maio de 2021 aos dados do levantamento do IBGE referentes ao mesmo mês no ano passado, nota-se um aumento geral de 16% nas vendas do varejo.
As principais atividades impactadas pela alta foram tecidos, vestuários e calçados com 16,8% e o setor de combustíveis e lubrificantes com 6,9%.
E outros setores ficaram logo atrás:
- Artigos de uso pessoal e doméstico: 6,7%;
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 4%;
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,3%;
- Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1%;
- Móveis e eletrodomésticos: 0,6%.
Contudo, algumas categorias apresentaram queda de 1,4%:
- Perfumarias;
- Cosméticos;
- Artigos médicos, farmacêuticos e ortopédicos.
Assim, além do varejo restrito, o varejo ampliado — que inclui bens de consumo, automóveis e materiais de construção — apresentou aumento de 26,2%:
- Materiais de construção: 5%;
- Veículos e peças: 1%.
Assim, a elevação nesse tipo de varejo foi 3,8% maior em comparação aos dados do mês anterior…
De forma geral, é essencial informar que o crescimento geral das vendas do varejo ocorreu em 26 unidades da Federação. As altas foram registradas principalmente nos estados:
- Amapá: 23,3%;
- Ceará: 9,4%;
- Minas Gerais: 9,2%.
O único estado que teve queda, de -0,3%, foi o de Goiás, na região Centro-Oeste do país.
Atividade do Varejo Mostra Recuperação Progressiva
Apesar das vendas do comércio varejista estarem subindo há dois meses, a melhora ainda tem acontecido gradualmente…
A cada mês os empreendedores dos mais variados setores tentam superar as dificuldades encontradas por causa do fechamento das lojas físicas devido à pandemia.
E é imprescindível reconhecer que a recuperação dos setores é desigual, como afirmou, Cristiano Santos, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE:
“Há recuperação gradual, ainda desigual, de todas as atividades”, ressalta.
Dessa forma, embora o segmento de atividades de tecidos, roupas e calçados tenha registrado a maior alta no levantamento do mês de maio, os números podem não ser considerados tão animadores assim.
“Esses setores vêm de trajetórias diferentes. A atividade de tecidos, vestuário e calçados, que teve a maior variação, já havia crescido 6,2% (em abril), mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia“, afirma o analista.
Por outro lado, sobre os segmentos que tiveram queda esse mês — artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos —, é importante destacar que essas atividades foram consideradas essenciais no início da pandemia.
Além disso, o analista do IBGE reconhece que as categorias com redução nas vendas têm um caráter distinto quando comparadas aos demais segmentos…
Com isso em mente, nota-se que o mercado varejista tem um longo caminho a percorrer para vencer as dificuldades impostas pela crise. Mas é fundamental reconhecer que o aumento no mês de maio, que superou o período pré-pandemia, aumenta as chances de estabilização das vendas no varejo nacional.
E é preciso ter outro ponto em mente: a alta avassaladora do Ecommerce também atinge o varejo físico de alguma forma. Tanto que hoje há um forte movimento das companhias que atuam no físico em buscarem a digitalização de seus negócios…
Na prática, este tipo de iniciativa nada mais representa do que o esforço para a sobrevivência dos negócios. Principalmente em meio a forte mudança nos hábitos de compra das pessoas.
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