Última atualização em 16 de março de 2021 por Maria Alice Medeiros
Não tem jeito: até as empresas mais tradicionais estão se rendendo às mudanças do “novo normal”. As lojas do Brás e Bom Retiro representam bem isso: para não fecharem as portas, os lojistas estão se preparando para aderirem à digitalização dos seus negócios.
A verdade é que o cenário está um pouco complexo para o varejo físico…
Segundo o IBGE, 4 em cada 10 empresas que paralisaram as suas atividades na primeira quinzena de junho fizeram isso devido à crise do Covid-19…
Ao todo, foram cerca de 1,3 milhão de negócios físicos que tiveram suas atividades encerradas de maneira temporária ou definitiva. Das companhias que precisaram fechar de vez as suas portas, 522,7 mil (39,4%) apontaram como causa as restrições impostas pela pandemia…
Diante deste cenário de incertezas e mudanças de comportamento, os lojistas do Brás e Bom Retiro, já tradicionais no meio físico, agora planejam abraçar o digital para aproveitar oportunidades.
Acompanhe os próximos tópicos para entender tudo em detalhes…
Panorama do Varejo Físico Hoje
Apesar do período de isolamento social mais restrito do início da pandemia, não há como negar…
A pandemia mudou consideravelmente os hábitos de consumo das pessoas…
Mas está longe de essa mudança ser algo ruim. Na verdade, tudo vai depender da capacidade de reinvenção dos empresários do varejo.
Explico:
De acordo com o Sebrae, antes da pandemia, 50% das micro e pequenas empresas nacionais já utilizavam algum canal digital para realizar vendas, como Ecommerces, aplicativos, redes sociais…
Além disso, cerca de 15% começaram a vender online justamente por causa da crise, e 16% ainda não aderiram aos meios digitais para os negócios, mas gostariam de fazer isso…
Isso significa que os lojistas já estão mais conscientes sobre o mercado digital e a importância das vendas online paras as empresas.
E, com essa conscientização, começam a surgir novas iniciativas no Ecommerce ligadas às empresas que já possuem presença no meio físico…
É o caso das lojas do Brás e Bom Retiro. Dá só uma olhada…
Marketplace do Brás e Bom Retiro
O Brás e o Bom Retiro são polos de compra e venda que representam 20% do setor de vestuário brasileiro. Estima-se que os locais movimentam cerca de R$ 40 bilhões anualmente no varejo físico.
No entanto, com o fechamento de lojas físicas no início da pandemia, o fluxo e receita desses polos foram afetados bruscamente. E não só isso: imigrantes coreanos, cujos estabelecimentos compõem grande parte desses polos, também tiveram as finanças afetadas por consequência.
Diante disso, as associações voltadas a esse público criaram uma iniciativa para superar as dificuldades impostas pelo período de fechamento e baixa no fluxo de clientes…
A seção brasileira da Overseas Korean Traders Association (Okta), o Consulado Geral da República da Coreia do Sul e a Associação Brasileira da Indústria do Vestuário (ABIV) decidiram apoiar a abertura de um marketplace próprio para as lojas do Brás e Bom Retiro.
A ideia o Marketplace do Brás e do Bom Retido é estimular os comerciantes a trabalharem mais a presença digital das lojas para conseguirem aumentar o número de vendas…
Seria como criar outlets virtuais, em um modelo de marketplace próprio para esses lojistas.
A estratégia faz sentido?
A estratégia de criação de um marketplace próprio para estes polos de moda tem alto poder de eficácia, principalmente se for analisado um possível cenário pós-pandemia…
Antes da crise do novo coronavírus, a projeção era para que o Ecommerce representasse 10% das vendas do varejo até 2023.
Contudo, agora, a expectativa é que isso já ocorra em 2020, de acordo com Ricardo Balkins, sócio-líder da Indústria de Consumer Business da Deloitte.
Para você ter uma ideia, segundo o relatório Webshoppers 42, o Ecommerce teve a maior alta em 20 anos. Foram cerca de 38 bilhões em vendas só no 1º semestre de 2020…
E setor de Marketplace tem apresentado grande destaque nisso tudo, representando 78% no faturamento total do Ecommerce no Brasil, correspondendo a R$ 30 bilhões.
Diante disso, as estratégias das lojas do Brás e Bom Retiro faz sentido para recuperação das lojas e aumento da cartela de clientes, que poderão comprar sem se deslocar.
Por outro lado, também será uma grande reinvenção do modelo de negócio com o qual os lojistas estão acostumados, de forma que o resultado pode não aparecer de imediato.
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