Stone compra a Linx e avança no varejo. Saiba mais

Última atualização em 13 de agosto de 2020 por Maria Alice Medeiros

A Stone quer investir pesado na área de sistemas de gestão. Seu mais recente movimento para dar continuidade a isso foi a proposta de aquisição de uma das maiores empresas de soluções de tecnologia do mercado brasileiro, a Linx…

Não é a primeira vez que a Stone tenta avançar nessa área. A companhia já desenvolveu um software de gestão para bares, restaurantes e para comerciantes de pequeno e médio porte…

Contudo, a iniciativa da vez não deixa dúvidas: a Stone quer competir de igual para igual com outras gigantes do mercado. E tem um concorrente específico que a empresa espera bater de frente, como vou te contar mais adiante…

A verdade é que a fusão com a nova empresa tem tudo para ser bem promissora, mas também não deixa de apresentar alguns riscos…

Vou te explicar tudo em detalhes ao longo deste artigo. Acompanhe…

Stone

Investimento de 6 bilhões

O acordo para a combinação de negócios foi concluído pelo valor de R$ 6,045 bilhões, com o pagamento sendo feito 90% em dinheiro e 10% em ações

E a Stone vai emitir US$ 1 bilhão em novas ações para financiar a compra

Em nota oficial, a empresa afirma que está pagando pela transação R$ 33,765 por cada ação da Linx. 

E essa quantia, segundo a própria Stone, representa um prêmio de 41,6% sobre o preço médio dos últimos 60 dias e 28,3% em relação aos últimos 30 dias com o fechamento em 7 de agosto.

A transação da Linx por parte da Stone vem seguindo o padrão de mercado. Isto é, também apresenta um alto valor para a aquisição…

E tem razões bem claras para essa compra ter acontecido agora… Veja os motivos para essa comunhão entre as companhias:

Briga por mercado com uma Gigante Fragilizada

A fusão entre Stone e Linx tem um objetivo: concorrer com a Cielo, que não está em um bom período por conta de uma queda nos lucros de  69% no 1º trimestre

Inclusive, a Linx chegou anunciar uma joint venture (parceria comercial ou aliança entre empresas) com a Cielo em 2014, mas o negócio não foi para frente na época…

Agora, a transação com a Stone parece ter tudo para dar certo e trazer benefícios para ambos os lados. Isso porque vai unir uma companhia que deseja avançar no varejo e outra que quer uma fatia de serviços financeiros…

Além disso, segundo a Morgan Stanley (empresa global de serviços financeiros), a Linx opera uma das mais bem-sucedidas plataformas de software para varejo no Brasil, com uma participação de mercado de mais de 40%…

Em termos quantitativos, a base de clientes da Linx é composta por 70 mil varejistas que a Stone terá disponível para fornecer os seus serviços

Com isso, a integração pode acelerar o crescimento de ambas empresas e também ampliar o oferecimento de serviços digitais – que apresentaram uma alta expansão ao longo da pandemia.

Mas, na prática, esse movimento da Stone, embora tenha benefícios, também traz alguns riscos…

Riscos da Compra

Apesar de a aquisição da Stone sobre a Linx depender ainda de aprovações regulatórias, a iniciativa já apresenta efeitos positivos… A disparada de 31,5% dos ativos da Linx (LINX3) representa bem isso. 

Por outro lado, analistas do mercado ressaltam desafios nessa fusão…

Um ponto que chama a atenção logo de início é a expressiva alta dos papéis, que faz com que o mercado tenha certa cautela em relação ao quanto são atrativos os ativos após a operação…

Vou explicar:

Segundo a Credit Suisse (banco suíço de investimento e provedor de outros serviços financeiros), o valor e oferta pela Linx foi de R$ 32, o que não traduz totalmente o valor das iniciativas ainda em estágio inicial no que diz respeito segmentos de banking, pagamentos e Ecommerce

E, ao que tudo indica, a quantia também não reflete também as potenciais sinergias da união entre as empresas…

Outra questão é a aprovação da oferta…

Neste caso, três fatores são esperados pelos analistas:

  • Nenhum impedimento imposto pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Se algo acontecer, a Linx terá que pagar uma multa compensatória de R$ 605 milhões;
  • Fácil aprovação pelos acionistas da Stone;
  • E aprovação por parte dos acionista da Linx, que já informaram que vão aprovar. Mas, se isso acontecer, a empresa terá que pagar 25% da multa para a Stone.

Ou seja, há alguns pontos desafiadores com os quais ambas empresas terão que lidar nas próximas etapas do processo…

Mas nada que as impeça de enxergar um prognóstico positivo com a transação…

O que está por vir para as empresas

Há um alta expectativa para os custos obtidos pela fusão das duas empresas…

Entretanto, acredita-se que a maior parte dos lucros seja obtido com o cross-selling, que é a prática de vender produtos ou serviços adicionais aos clientes. 

Os analistas de mercado estimam que, em um cenário hipotético, a venda de pagamentos para todos os clientes da Linx representaria R$ 1,5 bilhão somado à receita da Stone

É uma excelente estimativa, mas considerada irreal, já que é praticamente impossível concluir vendas para 100% dos clientes.

De qualquer forma, o negócio é visto como algo promissor para ambas companhias…

Para a Linx, a fusão simboliza uma oportunidade para alavancar toda a capacidade já instalada pela Stone entre os varejistas e, para a Stone, é a chance de expandir ainda mais seus negócios de pagamento.

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