Última atualização em 8 de novembro de 2021 por Ana Júlia Parreira
Nos últimos anos, o modelo de economia linear – produção-consumo-descarte – vem sendo repensado, pois tem atingido um limite ambiental insustentável. E, pensando em um novo modelo econômico, surgiu a Economia Circular.
O objetivo da Economia Circular é redefinir a noção de crescimento econômico e buscar beneficiar toda a sociedade. Neste conceito, as empresas buscam por alternativas que aumentem a vida útil dos produtos e evitem ao máximo o descarte dos materiais.
Além disso, com as mudanças de consumo e conscientização ambiental, esse tipo de modelo tem grande impacto na hora da decisão de compra. Isso porque negócios que aderem a processos sustentáveis são bem vistos no mercado.
O que é a Economia Circular
A Economia Circular é um conceito econômico baseado na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. A ideia é que, assim, possa reduzir os resíduos e transformá-los em em insumos para novos produtos.
Podemos fazer uma analogia desse modelo com o ciclo da natureza. Por exemplo, no meio ambiente, restos de frutas apodrecem e viram adubo para mais plantas. Nada é perdido, tudo é reaproveitado.
Mas, se observarmos, o nosso modelo econômico atual ainda é da Economia Linear, onde os produtos, em vez de serem reaproveitados de alguma forma, acabam sendo descartados. Isso gera mais poluição, o que é insustentável a longo prazo.
Porém, a economia circular vai além da gestão de resíduos e de reciclagem. Ela abrange desde mudanças de processos, produtos e modelos de negócio até o aprimoramento de utilização de recursos.
Hoje, com a conscientização ambiental, os consumidores estão cada vez mais exigentes e buscam por empresas que possuem alguma iniciativa ecológica.
Alguns benefícios da economia circular:
- Novas relações com o cliente e novos modelos de negócio;
- Melhora a competitividade;
- Contribui para a conservação da natureza, redução da emissões e resíduos e combate às alterações climáticas.
- Melhora a qualidade e durabilidade do produto, entregando mais valor ao consumidor;
- Aproxima a empresa do usuário;
- Aumenta a chance de fidelização do cliente.
Os 5 tipos de modelo de Economia Circular
Há 5 modelos de Economia Circular, cada um com estratégias diferentes. Confira aqui quais são:
1- Produto como serviço
O foco nesse tipo de modelo é na oferta de serviços por meio do uso de produtos. Esses serviços podem ser oferecidos junto com os produtos, incluindo algum tipo de manutenção ou outras funções.
É interessante para a empresa que o produto possua maior durabilidade e que seja retornado após o uso, através da logística reversa, para ser oferecido a outros clientes.
O que acontece nesse tipo de negócio é que gera uma maior lucratividade para a empresa, uma vez que ela pode repassar o mesmo produto diversas vezes para clientes diferentes.
Além disso, a empresa já inclui custos de manutenção, o que vira uma vantagem que aproxima e fideliza o cliente.
A Phillps Lighting é um exemplo desse modelo. A empresa deixou de vender lâmpadas para vender a iluminação como um serviço. Eles criaram em um formato de negócio que cuida desde projetos de iluminação até a reciclagem dos materiais usados. Os clientes contratam um pacote e pagam apenas pela luz usada, não o equipamento.
2 – Compartilhamento
Esse modelo tem objetivo de aumentar o uso de um produto por meio do compartilhamento. Visa intensificar o uso do produto e reduzir necessidade de se produzir mais.
Mas isso não significa lucrar menos…
Pelo contrário! Esse tipo de modelo pode gerar até mais lucro, uma vez que um único produto pode atender várias pessoas. Em vez de se vender uma única vez, é possível alugar diversas vezes.
Um exemplo é o Airbnb. A plataforma aproxima pessoas que têm alguma propriedade para alugar durante uma temporada e pessoas que querem alugar.
Uma diferença entre esse tipo de modelo com o de produto como serviço é que o produto fica disponível para um grupo de pessoas, que pode utilizá-lo a qualquer momento.
Nessa categoria, é possível encontrar dois casos:
- Monetizados
Ocorre alguma transação financeira entre o usuário e a empresa. Exemplo: aluguel de espaços privados ou carros compartilhados – como a Uber.
- Não monetizados
Depende da participação entre as pessoas de uma mesma comunidade (cliente para cliente). Nesse caso, há a redução de necessidade de compra.
Um exemplo desse caso é o aplicativo Tem Açúcar, que funciona desde 2014. A plataforma incentiva a cultura do compartilhamento de qualquer objeto entre pessoas próximas. Os usuários desse modelo já economizaram cerca de 8 milhões de reais, desde o começo do lançamento da plataforma.
A Tem Açúcar agora está desenvolvendo um modelo de negócio que visa a sustentabilidade financeira. A ideia é manter a base da startup com transações não monetizadas entre usuários, mas ampliar a plataforma para oferecer a oportunidade de criar grupos privados para usuários compartilharem objetos com pessoas específicas.
Por exemplo, entre moradores de um mesmo condomínio ou estudantes de uma mesma faculdade.
3 – Recuperação de recursos
Esse tipo de modelo visa a redução de demanda de recursos naturais e desperdício de matéria-prima. Tem o objetivo de recuperar o valor dos recursos usando a reciclagem e uso em cascata em ciclo fechado ou aberto.
Os processos de logística reversa e parceiros de reciclagem são essenciais neste tipo de modelo.
Os clientes também têm um papel fundamental em devolver os produtos em cadeias de valor que envolvem consumidores finais.
Um exemplo desse tipo de modelo são as Lojas Renner. A empresa está inserida neste modelo em sua cadeia produtiva e na forma de desenvolver seus produtos.
Antes, as sobras de tecido eram jogadas fora ou vendidas como um produto de baixo valor. Depois de uma reestruturação em seu processo, as Lojas Renner começaram a buscar por tecidos de malhas e jeans com fios reciclados, além de viabilizar toda a cadeia reversa.
A empresa já recuperou mais de 220 toneladas de resíduos nos 9 primeiros meses do projeto, que foram transformados em outros tipos de produtos.
A indústria da moda é uma das que mais poluem e é o segundo setor econômico que mais consome água. Esse tipo de estratégia que visa a redução de desperdício é fundamental para que um negócio se mantenha no mercado, uma vez que a conscientização ambiental é um fator que está cada dia mais presente na decisão de compra do consumidor.
4 – Extensão de vida útil do produto
O objetivo neste modelo é claro: recuperar o valor de um produto estendendo sua vida útil.
Existem diversas formas de aplicar esse modelo de negócio, seja por meio de remanufatura, recondicionamento, manutenção, upgrade ou reuso. Para produtos com menos valor agregado, como embalagens plásticas, o reuso é um dos mais indicados.
Já em produtos de maior valor agregado, o uso de estratégias como upgrade, remanufatura, recondicionamento e manutenção.
Por exemplo, um smartphone pode ser levado a uma loja e ser devolvido para ganhar desconto em um modelo mais novo. Depois, a empresa faz reparos e vende o produto para outras pessoas.
Esse tipo de estratégia pode diminuir bastante os custos da logística reversa, uma vez que é o próprio cliente que leva o produto.
5 – Insumos circulares
Os modelos de negócio de insumos circulares são aqueles que usam insumos que podem ser restaurados ou reciclados. Buscam materiais que sejam recicláveis, renováveis, biodegradáveis, não tóxicos e que seja ecológicos.
Dessa forma, esse modelo tem potencial de aumentar a longevidade da cadeia de valor e reduzir a demanda por recursos finitos.
Um exemplo é a CBPak, que oferece embalagens feitas de féculas de mandioca, o que permite que seus produtos sejam capazes de sofrer uma decomposição biológica que não agride o ambiente.
Outro exemplo é a startup Circular Systems, que transforma cascas de banana e fibras de resíduos naturais que podem ser usados pela indústria têxtil.
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