Última atualização em 17 de dezembro de 2021 por Maria Alice Medeiros
O último trimestre apresentou dados surpreendentes do mercado online por conta da pandemia do Covid-19. Inclusive, muitos recordes foram batidos no período, frutos da adaptação ao novo normal e consequente mudança dos hábitos de consumo…
Este é um período comum de apresentação de balanço do desempenho de empresas de capital aberto na bolsa de valores. Exemplo disso é a divulgação de resultados de diversos Marketplaces, como Via Varejo, Magalu e Mercado Livre…
E, aproveitando o momento, a Nuvemshop, empresa de criação de loja virtual, também criou um relatório com base em números internos dos últimos 90 dias…
Entre os dados destacados, está o crescimento de 64% nas buscas por Ecommerce no Brasil em comparação com o primeiro trimestre de 2020.
Além disso, a Nuvemshop também identificou alguns padrões de comportamento, tanto do mercado online quanto dos consumidores, que devem continuar a fazer parte do cotidiano…
Confira abaixo mais sobre esses dados:
Volume de pedidos maior do que na Black Friday
O número de pedidos feitos nas lojas virtuais da Nuvemshop em abril foi equivalente a 3,5 semanas de Black Friday, em relação ao mesmo período de 2019. Já em maio, o número chegou a ser equivalente a 5 semanas.
Além disso, se comparado o número de vendas das lojas online da Nuvemshop no primeiro trimestre de 2020 com o segundo, o aumento foi de 137%. Esse dado é bem expressivo, pois no mesmo período em 2019, o crescimento foi só de 7%.
No último trimestre, o número de transações na plataforma teve um aumento de 234%. Esse número é quase 5 vezes maior que o crescimento de 2018 para 2019.
Já em relação à criação de lojas virtuais, foram criadas 190% mais lojas do que no mesmo período em 2019 na plataforma da Nuvemshop.
Avaliando esses dados, é possível dizer que o aumento das transações foi maior do que o crescimento da criação de lojas virtuais. Ou seja, o consumo no mercado online cresceu mais do que a criação de novos negócios online.
O aumento do GMV – Volume Bruto de Mercadorias – dos lojistas da Nuvemshop foi de 171%, comparado ao mesmo período de 2019.
Já em relação a 2020, o segundo trimestre teve um crescimento de 105% em relação ao primeiro. Em 2019, o aumento entre os trimestres foi de só 11%.
Porém, nem todos os resultados apresentem crescimento…
Cresce o Faturamento, mas diminui o Ticket Médio
Um estudo apresentado pelo Compre&Confie apontou que, em abril, Mercado Online brasileiro teve um faturamento de 9,4 bilhões de reais. Em relação ao mesmo período de 2019, esse dado representa um crescimento de 81%.
No entanto, pelos dados apresentados no relatório da Nuvemshop, o ticket médio sofreu uma queda considerável…
Neste segundo semestre, o valor médio das compras foi 19% a menos do que em 2019. Já comparado ao primeiro trimestre de 2020, a queda foi de 14%.
Em relação aos primeiros trimestres do ano passado, a diferença foi de apenas 4%.
Apesar dessa queda do ticket médio no mercado online, houve um aumento de 282% da frequência de compra entre o primeiro e segundo trimestre de 2020. Ou seja: apesar de gastarem menos, o consumidor acaba comprando mais vezes.
Milhões de novos consumidores no Mercado Online
Todo esse resultado apresentado pela Nuvemshop não é sem razão…
De acordo com o ABCOMM (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), houve um crescimento de 70% de novos usuários no Ecommerce. Esse dado é surpreendente porque, de acordo com expectativas antes da pandemia, o número atual de clientes do mercado online levaria cerca de 10 anos para ser alcançado.
No Brasil, aproximadamente 13% dos brasileiros fizeram sua primeira compra online neste último trimestre, segundo uma pesquisa da Infobase Interativa.
Esses dados mostram que a barreira inicial foi quebrada, o que aumenta as chances desses consumidores realizarem mais compras online. Inclusive, de acordo com Salesforce, 90% dos brasileiros se dizem mais propensos a comprar no Ecommerce mesmo após a pandemia…
Algo que já temos visto acontecer na prática com a reabertura do comércio físico, que não tem movimentado tantos clientes quanto era esperado, enquanto o Ecommerce continua crescendo.