Aumento de Vendas Online faz Shoppings Centers se reinventarem

Última atualização em 21 de julho de 2020 por Maria Alice Medeiros

O comércio de shoppings centers já dava sinais da necessidade por mudanças há algum tempo. Mas foi com a crescente demanda nas vendas online que o modelo de negócio dependente do ponto físico se tornou rapidamente obtuso e inviável

E, para acompanhar o ritmo acelerado do comércio digital, a solução para os shoppings centers tem sido apostar na integração do varejo físico com as vendas online

Para você ter uma ideia, o mercado digital brasileiro faturou 56,8% a mais nos 5 primeiros meses de 2020 em comparação ao mesmo período em 2019…

Enquanto isso, o varejo físico tem passado por um movimento oposto: mais de 1,3 milhão de lojas físicas encerrando suas atividades encerradas de maneira temporária ou definitiva nos últimos meses…

Assim, diante do novo comportamento de consumo, o isolamento social e a redução do horário de funcionamento dos estabelecimentos, os shoppings centers precisaram se reinventar para sobreviver… 

Ao longo deste artigo, vou te explicar quais iniciativas as empresas dos centros comerciais estão tomando nesse sentido.

vendas online

Realidade dos Shoppings frente à Pandemia

Os shoppings centers sempre foram locais de interação entre as pessoas com um propósito comum: comprar produtos.

Com o fechamento forçado dos estabelecimentos para a contenção do Covid-19, porém, essa realidade mudou…

E as empresas donas de shoppings centers precisaram repensar sobre seus próximos investimentos.

Em entrevista recente, o presidente da BRMalls, Ruy Kameyama, disse o seguinte:

“O perfil dos investimentos futuros vai mudar. No pós-covid, devemos acelerar o ritmo dos investimentos nas soluções digitais […] Nosso capex (capacidade de investimento) será menos no desenvolvimento da área bruta locável e mais no sentido de gerar mais soluções e transformações dos shoppings.”

O discurso se fundamenta, principalmente, no fato de que, desde março, com o isolamento social, ficou claro que investir em obras de expansão dos centros comerciais ou na criação de novas unidades – iniciativas pensadas para o crescimento das empresas – não fazem mais sentido…

Pelo menos, não quando o maior problema atual é a queda absurda na receita dos Shoppings.

Só para você ter uma ideia, até agora, com as vendas paradas, as lojas com ponto em shoppings já acumulam perdas em suas receitas de, em média, 65% em relação a 2019.

Enquanto isso, o mercado digital brasileiro faturou 56,8% a mais nos 5 primeiros meses de 2020 em comparação ao mesmo período em 2019…

Levando os administradores de shoppings e lojistas a olharem para este mercado como um novo modo de expansão e uma oportunidade de trazer receita para as empresas mesmo com o fluxo físico do shopping em baixa…

A Nova Aposta: Vendas Online

Não só para suprir as baixas dos últimos meses, mas também para aproveitar e valorizar o crescimento avassalador das vendas online, os shoppings centers estão mudando a visão comercial…

Durante o período mais restrito do isolamento social, muitos lojistas adotaram as entregas delivery de seus produtos – algo que se mantém até hoje. 

Isto é, os clientes compravam por aplicativos de delivery ou por whatsapp, e entregadores levavam os produtos até seus respectivos compradores…

Hoje, mesmo após a reabertura de shoppings centers em diversas cidades, as iniciativas para promover uma maior integração entre mercado físico e digital estão se intensificando.

Prova disso é a outra estratégia adotada pelos pelos shoppings: a digitalização dos estoques das lojas físicas

Essa é uma iniciativa criada pelas administradoras de shopping para, integrar as mercadorias dos lojistas aos marketplaces – próprios ou de terceiros. 

Com isso, espera-se que a visibilidade dos produtos aumente e os shoppings centers sejam utilizados como centros de distribuição.

Seguindo essa estratégia, recentemente a BRMalls e a B2W se uniram para facilitar a venda dos lojistas dos shoppings no meio digital…

A B2W vem como porta de entrada para esses lojistas, que poderão vender os produtos dentro dos marketplaces do grupo: Americanas.com, Submarino e Shoptime. 

Enquanto isso, a empresa responsável pela operação logística é a Delivery Center, que receberá o registro da compra, realizará a coleta do produto, a roteirização dos pedidos e a entrega ao cliente num raio de até 6 km dos shoppings.

Assim, a integração do shopping físico com o shopping digital vai permitir que o consumidor que faça uma compra até as 16h receba o produto no mesmo dia. Do contrário, a promessa é de entrega em 24 horas…

E a BrMalls não é a única empresa a investir em propostas mais concretas para integrar o varejo físico e online

Rafael Sales, presidente da presidente da Aliansce, outro importante grupo de shoppings, afirmou pensar nos lojistas de pequeno e médio porte também. 

“Nós temos focado em dar ao lojista satélite capacidade de fazer parte de mundo multicanal”, afirmou em entrevista recente. As lojas satélites são os pontos menores, com até 180m² de área de vendas. É comum que elas sejam menos capitalizadas do que as âncoras (as grandes varejistas)…

Na prática, isso significa um foco em lojistas de porte menor, uma vez que as grandes redes têm seus próprios sites de vendas… 

Esse movimento permitirá que os varejistas menores também aproveitem uma boa fatia das vendas feitas pela internet nessas plataformas de vendas online.

Com esse movimento de integração, espera-se uma recuperação no caixa não só dos lojistas, mas das administradoras de shoppings centers.

Mas por que os Shoppings estão fazendo isso?

É verdade que já estava no radar das empresas donas de shoppings centers implementarem a integração dos lojistas físicos com as vendas online…

No entanto, foi a pandemia que acelerou todo esse processo.

E existem dois pontos que explicam o porquê de os shoppings centers terem apostado na união desses segmentos de venda de forma tão ágil nos últimos meses :

1 – Mantém as Lojas Funcionando

Uma grande razão por trás do interesse dos shoppings em implementar a integração dos pontos é levar mais opções de faturamento para os lojistas, que conseguem se manter funcionando.

O desafio nesse sentido é vencer a forte resistência de determinados lojistas físicos com relação às vendas online.

2 – Mantém o Faturamento

O modelo de negócio dos shoppings tem a maior parte do faturamento proveniente de aluguel e taxas cobradas dos lojistas. Com isso, a missão das administradoras dos shoppings é manter o fluxo dentro das lojas, fazendo com que elas queiram manter aquele ponto de venda.

Loja sem fluxo não vende. E loja que fica sem vender, fecha.

Ou seja: se não investir em formas de manter as lojas em funcionamento, o shopping pode acabar perdendo todos os seus clientes…

Diante disso, faz total sentido que os centros comerciais pensem em medidas que aumentem o fluxo de vendas de seus lojistas.

Por isso, não teve jeito: ou se aliavam ao digital ou quebravam também.

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